Economista-chefe da FIERGS analisa impactos da catástrofe climática e o futuro da economia no RS
O SINDIMETAL foi sede da palestra sobre os Impactos da Catástrofe Climática e o Futuro da Economia no RS, no dia 07 de outubro. O economista-chefe do Sistema FIERGS, Giovani Baggio, abordou, com muita propriedade, os temas em pauta destacando, que os reflexos, deste período, ainda seguirão refletindo economicamente por um longo tempo.
Ao saudar aproximadamente 40 empresários e gestores das associadas e filiadas, o empresário Sergio Galera agradeceu a presença e destacou que “as perdas são significativas, tanto de capital físico quanto de produção, faturamento, empregos e exportações, mas precisamos reagir e encontrar mecanismos para superar e avançar”.
Giovani iniciou a sua apresentação situando os participantes sobre o impacto para as indústrias, antes e depois das enchentes. “No 1º trimestre de 2024, houve retração de 1,3% no PIB da Indústria de Transformação, na comparação com mesmo trimestre do ano anterior. Em 2023, o PIB da Indústria de Transformação foi cerca de 10% menor em relação a 2002”, afirma.
“A produção industrial gaúcha despencou 26,2% em maio, na comparação com abril, na série com ajuste sazonal, tendo a maior queda na margem já apurada pela pesquisa. O indicador retornou ao patamar anterior com o crescimento na margem de 34,9% em junho, na série com ajuste”, destaca o economista.
Onde estão os gargalos específicos da economia gaúcha nas últimas décadas para um crescimento econômico maior e mais sustentável, questionou Giovani? Alguns pontos receberam destaque. Com relação à Educação, o economista aponta que houve uma queda de qualidade na educação pública gaúcha, que já vinha ocorrendo no final do século passado, e continuou nas últimas duas décadas. Referente à Dívida pública e déficit previdenciário pontuou que o caminho é manter o equilíbrio fiscal por mais tempo e aumentar a capacidade de investimentos e qualidade de políticas públicas.
Sobre as questões de Demografia/envelhecimento populacional avalia que o movimento precisa ser compensado com melhores saldos migratórios (quantidade e qualidade). Já com relação aos aspectos sobre Secas/irrigação, ele ponderou que “não saber lidar com a água já era o maior problema econômico do Estado, antes da tragédia de maio, agora precisamos desenvolver soluções de armazenagem”.
Uma política de desenvolvimento mais moderna é o caminho, destaca.“Uma melhor articulação entre setor público e privado, e mais foco em melhorias, com relação à infraestrutura e a qualidade do capital humano/tecnologia/inovação”, enfatiza o palestrante.
Também abordou sobre as fases do câmbio, com aumento de nível devido ao risco sistêmico advindo da pandemia. O arcabouço fiscal diminui a incerteza política o que se refletiu na volatilidade; assim como a elevação de patamar devido ao ruído político e à fragilidade das contas públicas. “Ou seja, o processo de desvalorização poderá ser contido pelo diferencial de juros, embora os riscos fiscais pesem contra”, enfatiza. “Para os próximos meses, esperamos uma reestruturação da dinâmica dos fundamentos. A taxa deverá se manter em nível elevado até que haja maior compromisso com as contas públicas”. Segundo Giovani, as expectativas do Focus apontam uma taxa de R$ 5,40/US$ para dezembro/24, e da UEE uma taxa de R$ 5,48/US$, para este final de ano.
Ao final do encontro, o presidente Galera já sinalizou que o economista-chefe da FIERGS retornará em dezembro, para pontuar novas perspectivas econômicas para 2025.
IMAGENS: Divulgação SINDIMETAL RS
Jornalista Neusa Medeiros – Assessora de Imprensa | Edição 3 Comunicação Empresarial